O desenvolvimento de uma criança é sentido e vivido de forma fascinada e encantada por todos os pais, cuidadores, avós e tios que a acompanham diariamente. Parece que todos os dias a criança surpreende com uma nova habilidade que vai desde o arregalar os olhos e conter a respiração ao ouvir os passos do pai, ansiando pelas cócegas dele, até às expressões faciais, atitudes e comportamentos que surpreendem e entusiasmam todos aqueles que atentam e anseiam pelo seu crescimento e desenvolvimento.
Não há nada mais compensador para os pais que ver o seu filho a ter graça e piada, a aprender coisas novas, como sentar sozinho, andar, falar etc. Porém, é preciso compreender que tudo tem o seu tempo e o seu ritmo e que não é benéfico para a criança apressá-la e compará-la sucessivamente com primos, amigos, vizinhos, destacando o que já deveria ter adquirido por comparação aos outros.
Conforme a criança vai crescendo, é natural que surjam, por vezes, essas comparações e que os pais se preocupem em saber se o desenvolvimento ocorre dentro do esperado, mas acima de tudo importa compreender que cada criança tem um ritmo diferente de desenvolvimento, dando-lhe tempo para adquirir as suas competências e habilidades. Existem, por isso, variações normais do desenvolvimento e períodos adequados, mas não uma idade exata. Exemplo disso é o facto de alguns bebés aprenderem a gatinhar e outros saltarem essa etapa e aprenderem a dar os primeiros passos sem gatinhar.
O desenvolvimento infantil não é algo fácil de medir, como o peso, o comprimento ou o perímetro cefálico. É bem mais difícil de avaliar e está sujeito a mais variações individuais, pelo que nenhuma criança é igual a outra e cada uma tem o seu ritmo próprio e que deve ser respeitado de forma a não incutir à criança pressão e ansiedade. Engloba aspetos que a criança vai aprendendo, etapa a etapa e em simultâneo, como: o desenvolvimento motor (sentar, gatinhar, andar), a linguagem (os primeiros sons, palrar, palavras, frases completas), o aperfeiçoamento da audição e da visão e, finalmente, o desenvolvimento do comportamento, autonomia e socialização.
Deste modo, enquanto pais, familiares e cuidadores deveremos apreciar, encorajar, elogiar e comentar positivamente as aquisições que a criança naturalmente vai apresentando, estimulando-as. Para que ocorra um desenvolvimento harmonioso é essencial proporcionar à criança um ambiente saudável, física e psicologicamente, pois o desenvolvimento será mais adequado se a criança for saudável e vir satisfeitas algumas necessidades básicas como alimentação adequada, afeto, estimulação da independência e oportunidades para brincar.
Não obstante, a criança deve ser observada pelos cuidadores e, se identificar a não aquisição de determinadas competências em etapas esperadas, deverá consultar os profissionais de saúde. No entanto, não devemos esquecer de dar tempo ao tempo e desfrutar de cada momento que é único, especial e passa tão rápido!
Sandra Tomás
Psicóloga da Infância e Adolescência
mim – Clínica do Desenvolvimento